Cada ano que se inicia traz aquela sensação de ter que enfrentar tudo novamente, as mesmas dificuldades e desafios no ambiente de trabalho, lidar com pessoas que nem sempre são as mais cordiais, buscar soluções para antigos e novos problemas, passar por momentos de angústia, e muitas outras de uma lista extensa. Tudo isso reflete na saúde mental das pessoas.

De acordo com o Instituto Ipsos, a pandemia do novo Coronavírus resultou em um aumento expressivo dos transtornos mentais. Hoje, cerca de 53% da população brasileira sofre de algum tipo de ansiedade, insônia e depressão, um número considerado alarmante. Mas mesmo antes da Covid-19 o país já se destacava negativamente nos cuidados com a saúde mental. Dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde colocavam o Brasil no primeiro lugar da prevalência de transtornos de ansiedade e em quinto nas taxas de depressão.

A saúde mental assim como a saúde física é importante para o bem-estar, pois as condições sociais, psicológicas e emocionais afetam diretamente a vida de qualquer pessoa desde a infância até a fase adulta. Por isso, se preocupar com essa parte da vida deve ser alvo de qualquer pessoa que queira viver bem, de forma saudável e com qualidade.

Da mesma forma que muitos sintomas revelam problemas físicos, como febre, dores, entre outros, os problemas emocionais também dão seus sinais de alerta. Estar atento para identificar esses indicativos faz toda a diferença na hora de buscar uma solução. Há uma lista de sintomas que revelam alguma condição emocional, conheça os mais comuns:

1 – Preocupação ou medo constantes
2 – Sentindo-se excessivamente triste ou deprimido
3 – Pensamento confuso ou problemas de concentração e aprendizagem
4 – Mudanças extremas de humor, incluindo euforia ou raiva incontrolável
5 – Evitando família, amigos e atividades sociais
6 – Mudanças no sono, tendo constante sensação de cansaço e pouca energia
7 – Mudanças nos hábitos alimentares, como aumento da fome ou falta de apetite
8 – Dificuldade em perceber a realidade (delírios ou alucinações
9 – Incapacidade de perceber mudanças nos próprios sentimentos, comportamento ou personalidade
10 – Uso excessivo de substâncias como álcool ou drogas
11 – Pensamento suicida
12 – Incapacidade de realizar atividades diárias ou lidar com problemas diários e estresse.

Autocuidado

O autocuidado é um conceito amplo, que pode ser sintetizado de forma bem simples na frase “você, cuidando de você”. O autocuidado engloba o bem-estar geral e a forma como cuidamos do nosso corpo, por meio de atitudes como exercícios físicos, bons hábitos de higiene, alimentação equilibrada, exames preventivos e acompanhamento médico regular, momento de lazer, socialização, noites bem dormidas, psicoterapia, entre outros.

A alimentação, por exemplo, tem uma relação direta com a saúde mental, já que um cardápio rico em vegetais e alimentos saudáveis fornece nutrientes importantes para o bem-estar, pois ajuda a manter o bom funcionamento do organismo, como as funções cerebrais (memória e cognição), a produção de hormônios relacionados ao humor e ao sono, além dos níveis de energia.

O sono é outro exemplo desse cuidado, pois é quando se está dormindo que o organismo se regenera e faz as regulagens necessárias. Quem dorme mal pode ter a imunidade baixa devido à produção insuficiente de anticorpos.

A importância da psicoterapia

A premissa de que a terapia é indicada somente para casos graves de doenças mentais já não deve mais ser considerada. No mundo de hoje, quem não vive sob stress e pressão diária é uma exceção. Assim, todos precisam de ajuda de um especialista para lidar com tudo isso que a modernidade tem trazido.

Olhar para si é o primeiro passo, o que possibilita buscar entendimento do que precisa ser tratado, ressignificado, melhorado, e para isso a terapia é um auxílio profissional que visa encontrar equilíbrio e saúde mental, já que nem sempre uma pessoa consegue sozinha identificar as questões da vida que estão ligadas a fatores emocionais.

Texto por Kaisa Abeche

Revisão: Lara Beatriz Arantes