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O mercado de trabalho para mulheres: saiba as áreas de destaque

Segundo informações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a presença das mulheres no mercado de trabalho, entre 17 e 70 anos empregadas no país, teve um aumento significativo.

As conquistas e os avanços nas leis possibilitaram um aumento da participação feminina no âmbito da empregabilidade e dos negócios e, com isso, permitiu também uma contribuição expressiva na economia e no desenvolvimento nacional.

Embora as mulheres não sejam a maioria no mercado de trabalho, elas representam a maior parcela de profissionais com ensino superior. Os dados são do Censo de Educação Superior 2020, que revela que a taxa de matrícula entre elas é maior, assim como a de conclusão. Dentre os profissionais que se formam em cursos de graduação de todo o país, 43% são mulheres, enquanto 35% são homens.

O pontapé para essa entrada no mercado foi reflexo da industrialização na década de 40, pois até então as mulheres se dedicavam apenas às atividades domésticas, como o cuidado com a casa e os filhos, e acabavam sendo inteiramente dependentes dos maridos para o sustento financeiro. Nos últimos anos, as brasileiras passaram a ocupar cada vez mais as profissões e o número de trabalhadoras com carteira de trabalho assinada dobrou.

Abaixo seguem as áreas profissionais em que predominam a presença feminina e também aquelas mais buscadas pelas mulheres atualmente, segundo o portal tuacarreira.com:

Educação e ensino

De acordo com o Censo da Educação Superior 2020, as mulheres representam 72,8% dos matriculados em cursos de licenciatura. E quando se fala dos profissionais formados e atuantes na área, a diferença é ainda maior: segundo o Censo Escolar do mesmo ano, as mulheres são 81% dos docentes em escolas regulares.

É uma profissão que desde o início foi praticada majoritariamente pelas mulheres. Atualmente, são maioria tanto na docência quanto na gestão da educação básica.

Enfermagem

De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), as mulheres constituem 85% da força de trabalho na área em todo o país.

Uma ótima referência que desmistifica a imagem de “inferior” desta atuação atrelada ao protagonismo feminino é a britânica Florence Nightingale, que trouxe uma mudança revolucionária e definitiva para a Enfermagem. Ela auxiliou na criação de bases para a evolução deste setor no mundo inteiro, além de trazer um tom vocacional para a profissão. Sua história vale a pesquisa!

Fisioterapia

O percentual de mulheres profissionais também é acima dos 80%. Levando em consideração que fisioterapeutas muitas vezes necessitam de força física para exercer suas funções, essa demanda desmente a premissa de que mulheres são mais frágeis e, por isso, incapazes de ocupar certas profissões.

Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia aponta que 89% de seus profissionais são mulheres. Os dados do Censo de Educação Superior de 2017 afirmam que elas representavam 80% dos matriculados em Psicologia por todo o Brasil. Além disso, o curso é o sétimo na lista dos mais buscados pelo público feminino.

Ainda dentro da formação em Psicologia, a atuação como agente de recrutamento e seleção é outro destaque. Compondo 75% dos profissionais, as mulheres dominam a área de Recursos Humanos e segundo levantamento feito pela Bureau of Labor Stati, 73% dos gerentes de RH são mulheres.

Contabilidade

De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em 1996 as mulheres representavam 27,45% dos profissionais da área, enquanto 72,55% eram homens. Já em 2019, o percentual de mulheres contadoras foi de 42,79%. A tendência para os próximos anos é o crescimento desse número, já que segundo os dados do Censo de Educação Superior de 2017, nos cursos de graduação em Ciências Contábeis 57% dos estudantes são mulheres.

Administração

Segundo o Censo de Educação Superior 2017, Administração possui terceiro maior número de matrículas de mulheres, atualmente elas representam 55% dos alunos do curso.

No âmbito profissional os números apontam certa oposição aos dados educacionais. A Deloitte realizou um levantamento indicando que 115 do total de 165 empresas pesquisadas no Brasil contam com mulheres nos conselhos. Em contra partida, somente 4,4% ocupam cargos de presidência.

São informações que anteriormente tinham potencial para desencorajar a seguir carreira na Administração, mas agora, servem como instigação para que as mulheres alcancem tais posições. É possível observar um crescimento no número de mulheres empreendendo e administrando seus próprios negócios, as chamadas “Business Woman”.

Arquitetura

No ano de 2019, o CAU/BR realizou uma pesquisa e revelou que a participação feminina na área é de 63,10%. O cenário nas universidades é semelhante, com 67% dos alunos sendo mulheres.

A Arquitetura e o Urbanismo vêm se destacando na escolha profissional das mulheres, que demonstram grande interesse pelos cargos. Assim como a maioria das ocupações, estas também são marcadas por diversas dificuldades e conquistas, por outro lado.

Quebrando tabus

As mulheres estão em toda parte e a cada dia mais dominam outras áreas, expandindo ainda mais o campo de atuação. Porém, ainda existem barreiras que precisam ser quebradas, como por exemplo a atuação feminina nas áreas de tecnologia, algo que se institucionalizou culturalmente. Essa situação se deve ao fato dessas carreiras serem tradicionalmente relacionadas ao universo masculino, dentro do falso pretexto de que os homens têm mais habilidade com a área de Exatas, o que é na verdade consequência das escolhas profissionais por pressão educacional e influência familiar, além de outros aspectos socioculturais.

Hoje, apenas 20% dos profissionais desse setor são mulheres. Nas Engenharias também acontece o mesmo, embora tenha crescido o número de mulheres nesse setor. A ideia é alimentar o interesse do público feminino para os cursos de exatas e incentivá-las por meio de especializações em tecnologia, palestras e conferências nacionais sobre o tema.

Demais ocupações que envolvem atividades associadas ao domínio masculino, como profissões atreladas ao esporte, segurança, pilotagem, manuseio de máquinas pesadas, até mesmo cargos políticos, apesar de passarem por mudanças no cenário nos últimos tempos, ainda sofrem fortes influências do machismo enraizado na sociedade que desmotiva e subestima mulheres antes mesmo de oferecer oportunidades.

É preciso que assim como no meio tecnológico, haja mais estímulos à capacitação e contratação de mulheres, que podem da mesma forma exercer funções iguais e semelhantes com altos níveis de desempenho e competência.

 

Texto por Kaisa Abeche e Lara Beatriz Arantes