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Novembro azul: conheça a campanha de prevenção do câncer de próstata e ajude a quebrar esse tabu

Por causa do preconceito que envolve os exames, muitos homens são diagnosticados quando a doença já está em estados mais avançados, o que leva a uma alta taxa de óbitos.

Você sabia que diariamente 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata no Brasil? Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer – INCA, foram diagnosticados 68.220 novos casos desse tipo de câncer no país e cerca de 15 mil óbitos por ano, apenas em 2018 e 2019. Além das mortes, há aproximadamente 3 milhões de pessoas convivendo com a doença atualmente no país.

Para chamar a atenção da população sobre o tema, surgiu em 2011 a campanha Novembro Azul, com o objetivo de trazer informações precisas sobre a doença e a importância da prevenção do câncer de próstata que, depois do câncer de pele, é o mais frequente entre os homens brasileiros.

O foco da campanha é principalmente incentivar o público masculino a fazer o exame de próstata periodicamente, já que quando identificado em fase inicial, a doença tem excelentes índices de cura. As altas taxas de morte são resultantes do diagnóstico tardio, quando o câncer já está em estados mais avançados.

Outro ponto da campanha é conscientizar sobre a importância dos cuidados com a saúde física e mental que podem evitar o adoecimento, como a prática frequente de exercícios físicos, alimentação equilibrada, a prática do sexo seguro e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e drogas em geral.

Exames preventivos

Os principais exames para o diagnóstico são a dosagem do PSA, coletada pelo sangue, que detecta uma proteína que aumenta quando há alteração na próstata, podendo ser um câncer ou mesmo uma infecção; e o toque retal, ainda tão temido por alguns homens. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que a avaliação individualizada seja feita a partir dos 50 anos para todos os homens, e aos 45 anos em indivíduos com histórico familiar da doença.

O urologista João Brunhara, médico do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo, relata em reportagem à Revista Veja que esse assunto ainda é um tabu no Brasil, pois muitos homens têm o receio de descobrir uma doença e ter de encarar um tratamento, além de eventuais consequências como incontinência urinária, impotência sexual, e sobretudo o preconceito de passar pelo exame de toque.

Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal, reforçando sua importância para o diagnóstico e o tratamento precoces. O urologista desmistifica o procedimento explicando que este é realizado com lubrificação, anestésico local e todo o processo dura poucos segundos. “Não causa dor e, havendo incômodo, ele está longe de ser insuportável”, ressalta.

Sintomas e prevenção

O câncer de próstata costuma não ter sintomas na fase inicial, e justamente por isso os exames preventivos fazem a diferença, pois os sinais costumam aparecer quando a doença já está em estágios avançados. Os sintomas, quando aparecem são: dor óssea, dor ao urinar, vontade de urinar com frequência e presença de sangue na urina ou no sêmen.

O cuidado com a alimentação e a prática de exercícios físicos são imprescindíveis, já que entre os fatores de risco estão a obesidade. Por isso, a campanha Novembro Azul também ressalta a importância de medidas preventivas, que segundo o INCA incluem: dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos, cereais integrais; e consumo reduzido de gordura, principalmente as de origem animal, que ajuda a diminuir o risco de câncer e de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Homens pretos também sofrem maior incidência deste tipo de câncer devido a fatores genéticos.

Para obter mais informações relacionadas ao tema, baixe a cartilha sobre o câncer de próstata produzida pelo Ministério da Saúde juntamente com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).

 

Texto por Kaisa Abeche

Revisão: Lara Beatriz Arantes